L. S. Vigotski:

"O desenvolvimento das nossas respostas é a história da nossa vida." (H. Münsterberg)

"Qualquer pessoa sabe que efeito mágico exercem os venenos sobre o organismo: basta ingerirmos uma pequena dose de álcool para que mudem inteiramente a nossa consciência, os batimentos cardíacos, a respiração, a percepção do mundo, o estado de ânimo, o sentimento e a vontade. Nisso se baseou, em todos os tempos, o uso amplamente difundido do veneno como meio de provocar artificialmente essas ou aquelas mudanças no corpo. A morfina e o ópio, a cocaína e o éter modificaram em diferentes sentidos a nossa consciência e, embora exerçam sobre o organismo um efeito destrutivo, ainda assim mergulham o homem em um mundo tão fantástico e mágico, possuem tamanha capacidade mágica de mudar os nossos sentimentos, disposição e percepção, toda a nossa experiência terrestre que parecem ter sido eles mesmos que serviam de fonte às histórias fantásticas de todo o mundo. O que acontece quando o roganismo está envenenado? Como é fácil perceber, ocorrer apenas o lançamento de algumas substâncias novas - venenos - no sangue que modificam radicalmente primeiro a composição química do sangue, depois o caráter de todos os mesmos processos, acima de tudo nos nervosos, dos quais depende todo o nosso comportamento." p. 58-59

"Basta mudar o meio social para que mude incontinenti o comportamento do homem." p.65

"É fácil suscitar o interesse contando piadas em aulas de história, mas é difícil evitar que o interesse seja pelas piadas e não por história. Suscitados por esses meios suplementares, tais interesses, além de não contribuírem, ainda inibem a atividade de que necessitamos. É por isso que de nada valem a atenção ou o interesse ou interesse da criança por um trabalho e o estímulo é o medo da punição ou a expectativa da recompensa. Podemos estar certos de que desenvolvemos nas crianças o interesse não pela costura ou a aritmética, embora a criança costure ou calcule com aplicação, mas pelo bombom que ela deve receber como recompensa, ou o medo de ficar sem o doce se cometer falta. É uma tarefa psicológica sumamente complexa encontrar o verdadeiro interesse e ficar o tempo todo cuidando para que esse interesse não se desvie nem seja substituido por nenhum outro." p.113

"A criança deve ser educada no mais alto respeito à realidade, mas não se deve entender por realidade o mundinho que rodeia a criança. Temos de vê-lo como a grande realidade que nos cerca se não quisermos criar umser pequen-burguês e mesquinho. devemos reconhecer que o fechamento no círculo estreito dos interesses imediatos cria nas crianças e nos adultos um vôo curto, uma concepção miúda de vida, limitações e presunção. O respeito pela grande realidade não pode passar da maneira nenhuma sem uma saída para além dos limites da experiência pessoal, saída essa determinada com auxílio do comportamento imaginativo." p.210

"A interferência direta do educador na formação do caráter seria tão absurda e ridícula quanto se um jardineiro inventasse interferi no crescimento de uma árvore puxando-o do chão para o alto por meio mecânico. Mas o jardineiro não interfere no crescimento do vegetal puxando-o diretamente do chão pela copa mas de forma indireta, através das respectivas mudanças do emio. Ele rega e aduba o solo, organiza o meio ao redor, modifica a temperatura, aluz, o ar, etc. e através disso atinge efetivamente os resultados desejado. De igual maneira o educador, ao influenciar o meio ao redor e organizá-lo devidamente, determina o caráter que assume o conflito das formas hereditárias de comportamento da criança como o meio e, conseqüentemente, ganha a possibilidade de influenciar a construção do caráter da criança." p.424

"Quem não é quente nem frio mas apenas morno nunca poderá ser um bom professor." p.450

"O desenvolvimento segue a aprendizagem como uma sombra segue o objeto que a lança." p.470

"O hábito nos governa." p.474

(As citações acima se encontram no livro Psicologia Pedagógica, Editora Martins Fontes)