quarta-feira, 11 de maio de 2016

Segunda-Feira, Dia Nacional de Procurar Emprego

Na década de oitenta e começo de noventa do século passado havia duas preocupações centrais na mentalidade do brasileiro. Uma era a inflação alta e a outro o desemprego. Estes era duas coisas que assustavam a todos. E para os que estavam empregados havia o medo de perder o emprego e também os baixos salários traziam preocupações constantes. Pois os salários não acompanhavam os preços dos vais variados produtos que subiam constantemente. 
É lógico que outras coisas também eram preocupações constante como estudo, saúde e segurança. Mas a inflação alta e o desemprego também alto eram os grandes vilões da sociedade brasileira. E parece que isso será novamente a preocupação do povo brasileiro.
Neste momento da vida do brasileiro a segunda-feira era o dia de se procurar emprego. Neste dia logo pela manhã os indivíduos saiam bem cedo para procurar emprego. Que ocasionava um aumento significativo no transporte coletivo, que nesta época era muito mais lotado do que hoje em dia. Ônibus lotado era normal. Não existia a orientação de só movimentar com as portas fechadas. Nesta época muitos ficavam pendurados nas portas. Era perigoso, mas se fosse esperar um ônibus vazio, iria esperar muito tempo, pois todos os ônibus neste horário estavam lotados. Tanto para ir ao trabalho como para voltar do trabalho.
Os que estavam procurando emprego precisavam somente de seus documentos pessoais e uma caneta. Não se precisava de mais nada. Quando chegava na recepção de uma empresa pedia-se para preencher uma ficha. Era assim que se procurava emprego. Então a recepcionista dava a ficha para você e você em um canto preenchia a ficha com seus dados. Muitas empresas emprestavam uma caneta, mas muitos se preocupavam em ter a sua própria caneta. E dali se dirigia para a próxima empresa. A procura do emprego era realizada até as 12 horas, pois não se tinha dinheiro para se pagar um almoço. 
No outro dia e durante o resta da semana a espera que o telefone tocasse para dizer quando se irá fazer a entrevista para o emprego gerava uma grande expectativa. Ou também poderia se receber um telegrama. A espera era angustiante. E caso não houvesse nenhuma proposta de entrevista, na segunda-feira começava a mesma rotina. De manhã cedo saída de casa a caça de uma oportunidade de se trabalhar.
Só que com a persistência na procura de emprego muitos optaram em levar um lanchinho para que pudesse continuar a procurar emprego depois da hora do almoço. Era uma oportunidade de se fazer a diferença e potencializar a busca de um emprego. Era muito mais cansativo. Mas era a única coisa que o indivíduo podia fazer para conseguir um emprego. Não se tinha popularizado o uso do currículo para todas as funções. Em muitos casos quando se pedia o currículo é porque não se desejava dar o emprego a esta pessoa. O que será predominante era mesmo o preenchimento da ficha. 
Estar empregado era motivo de satisfação pessoal. Nada deixava as pessoas mais felizes do que estar trabalhando. Mas, a crise se fortaleceu e o povo começou a procurar emprego não mais somente da segunda-feira, mas a terça-feira também começou a ser muito bem utilizada. E depois outros dias, pois somente a segunda-feira ficou inviável para as empresas por causa da grande quantidade de pessoas. Dependendo do caso as filas era enormes. Havia empresas que tinha processo seletivo todos os dias. Pois, além da procura ser muito, também a rotatividade era alta.  
E quando um ser humano conseguia um emprego, só faltava à família fazer uma festa. Pois, a felicidade era grande. Então a comemoração era intensa. Parecia que alguém tinha ganhado na loteria. Mas, era somente um emprego que nem sabia se realmente iria ficar, e se era bom ou se o que foi prometido realmente iria acontecer! Nesta época o Brasil passava por uma grande crise constante!